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Crítica – Phoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies (3DS)

by on dezembro 29, 2013
 

Meritíssimo juiz, membros do júri, cinco anos. Cinco anos foi o tempo de ausência de meu cliente em sua área de atuação. Claro que nesse meio tempo seu comparsa Miles Edgeworth aventurou-se no console portátil pregresso da Nintendo, o Nintendo DS.  Phoenix Wright é acusado de repetição e estagnação. Protesto! A fórmula que teve poucas mudanças no decorrer dos anos e por muitos é vista como sinal de falta de inovação, na verdade focou no aprimoramento dos elementos mais importantes da série, seus personagens e seu texto. Nada obstante, é bom deixar explícito que esse game é praticamente uma “visual novel”, um livro interativo, claro que há momentos de jogabilidade e puzzles, mas o elemento principal que irá levar a alguém prosseguir essa jornada é a história.

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Os três protagonistas desse louco e intrigante game, da esquerda para direita: Apollo, Phoenix e Athena

Para abertura de minha defesa dessa nobre franquia, vamos ao aspecto mais visível, literalmente, o visual. E esse jogo é de uma beleza incrível, a beleza é tanta que transborda das telas do 3DS e deixa os jogos feitos pela própria Big N, que até então dominavam o departamento gráfico no Nintendo 3DS, no chinelo. Os modelos dos personagens parecem cutscenes de alto nível a todo o momento, e realçam as personalidades e idiossincrasias amalucadas das figuraças dessa série.

Prosseguindo em minha linha de defesa, vamos adentrar no enredo. E que enredo! Tem para todos os gostos. Começamos com um caso de um atentado terrorista, com o adendo do retorno triunfal de nosso herói de cabelos pontiagudos ao tribunal. Em seguida, temos um assassinato numa vila que adora o demônio Raposa de Nove Caudas (não o do Naruto). Depois mais uma morte para ser analisada, só que agora numa faculdade. E mais a frente um prolongado caso que se estende nos capítulos 4 e 5, que envolve espaço sideral, robôs com sentimentos e uma pedra com propriedades especiais. Pois é. Tudo exagerado, regado de muito humor, com resoluções que exigem pensamentos “fora da caixa” e até momentos dramáticos. Dual Destinies é um thriller que vai ter deixar na ponta da cadeira, seja lá o que isso signifique. Depois de jogar dois casos, me responda com sinceridade, fazia tempo que um jogo não te envolvia tanto no enredo não é mesmo?

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O novo, misterioso e perigoso promotor, Simon Blackquill

Meus caros, admito que a jogabilidade não varie muito dos jogos anteriores. Você ainda tem que mostrar a evidência certa, no momento exato, nada de um pouco antes ou um pouco depois, o que pode deixar as coisas um pouco estagnadas e deixar escancarada a linearidade da série. Todavia, nesse jogo você encarna três personagens, todos eles advogados de defesa, cada um com sua personalidade distinta e modos diferentes de abordar os amalucados casos desse game. Phoenix Wright é o veterano blefador que sempre consegue ver as coisas sob outro ponto de vista, Apollo Justice é um jovem sarcástico e obstinado com a justiça (como o próprio nome já deixa claro) e por último temos Athena Cykes, uma jovem prodígio, super alto astral, que usa a psicologia analítica para analisar as testemunhas durante um julgamento. Além de cada protagonista ter uma personalidade e modo agir distinto, eles ainda possuem “poderes” únicos. Phoenix pode enxergar quando uma pessoa guarda um segredo, Apollo tem o dom de perceber quando alguém está nervoso/mentindo via os tiques nervosos da pessoa e Athena consegue analisar as variações das emoções de quem ela questiona, assim podendo perceber se o sentimento é verdadeiro ou intenso demais. Usar essas habilidades dá uma variedade na jogabilidade do jogo e exigem, com exceção da de Wright, o uso da caneta do 3DS.

Cada protagonista tem sua chance de brilhar, seja quando ele é o foco do capítulo ou o “sidekick”. Contudo quem realmente tem destaque no jogo é o antagonista, o promotor preso por um assassinato, e mesmo assim podendo exercer sua profissão (bem vindo ao mundo maluco de Ace Attorney), Simon Blackquill. Um verdadeiro samurai, esse adversário é um dos melhores que a franquia já concebeu, com humor negro e manipulação, esse é um obstáculo que os jogadores terão dificuldade e prazer em superar.

Talvez as únicas falhas do meu cliente sejam no fator dificuldade e no quesito investigação. A investigação agora é mais organizada, assim que você clica em um objeto ou lugar de interesse um “pequeno v” indica que a área em questão foi analisada, o que facilita no progresso do jogo. O problema é que agora só é possível investigar algumas áreas, o que elimina diálogos extras e discussões desnecessárias como o clássico debate “ladder vs stepladder” (escada de mão vs escadote), que só surgiam quando você investigava áreas e cantos inúteis para a investigação principal, e acrescentavam a história com doses cavalares de humor e curiosidades para quem quisesse. E a dificuldade esta bem baixa, pois a solução dos casos, pelo menos os iniciais, muitas vezes é quase ditada por alguns personagens, e se mesmo assim você tiver problemas, seu ajudante do capítulo irá te dar a oportunidade de pedir uma dica mega escancarada que praticamente revela a solução do momento. Mesmo assim os dois casos finais e o divertido caso da “baleia pirata” (dlc) são garantias de derreter seu cérebro.

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Cenas bestas e divertidas como essa você só irá encontrar nesse jogo

Entretanto nobre júri, meritíssimo juiz, o “Ace Attorney 5” é um ótimo, excelente game. Com direito a 30 horas de jogatina e história intrigante, que irá fazer com quem baixe esse jogo, que no ocidente só esta disponível no eShop, ficar grudado na telinha querendo desvendar o próximo mistério e experimentar uma nova reviravolta. Meus caros comprem esse jogo, pois esse novo modelo de lançamento apenas digital irá definir a continuidade dessa saga. E para aquelas que dizem Phoenix Wright já deu tudo que podia, só digo uma coisa: Protesto!

Nota: 5/5 (TAKE THAT!)

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comentários
 
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  • Bruno Galassi
    dezembro 30, 2013 at 8:41 am

    Excelente review. Até fiquei desanimado por não ter um 3DS agora…

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  • Meltoh
    dezembro 30, 2013 at 8:08 pm

    Eu amo a série Phoenix Wright, já zerei a trilogia original, e já cheguei a jogar o Apollo Justice. Seria muito bom jogar este quinto game, só que esse modelo de só ser digital a sua distribuição atrapalha muito.

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