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Primeiras impressões do seriado Gotham – Episódios 1 ao 4 (Sem Spoilers)

by on outubro 17, 2014
 

Gotham City é o lugar mais corrupto sob a face da terra. Até porque se Gotham fosse uma cidade limpa, Batman seria um psicótico (ou mais psicótico ainda). O novo seriado da Warner, que Maze já deu seu pitaco sobre o primeiro episódio AQUI, já teve quatro episódios e ainda não mostrou muito para que veio. Gotham até o momento é estéril de envolvimento e emoção. Possui poucos personagens cativantes, quase não há cenas memoráveis e, em boa parte das vezes, nem bom senso.

O tema que move a série é simples: Gotham é uma cidade corrupta, quase sem salvação, mas há aqueles que ainda desejam fazer o bem. O problema é que é realmente pequeno o número de guardiões da justiça na cidade: um Bruce Wayne guri, um Alfred mal-humorado e o único detetive honesto, James Gordon. Três contra uma cidade inteira é um pouco para mais não? Nem nos filmes do “morcega” a coisa estava tão preta assim.

A série não tem muito sucesso em mostrar o honesto Gordon tentando mudar todo esse sistema corrupto. Jim Gordon até chega a fechar os olhos para as atrocidades cometidas pelo seu parceiro Harvey Bullock e não consegue influenciar em nada o sujeito. E até a Unidade de Crimes Especiais, responsável por caçar policiais corruptos, também faz acordos com a máfia. Ok o mundo não é um mar de rosas, e Gotham é uma versão exagerada da realidade, mas também é preciso haver um pouco mais de pessoas do bem para balancear essa corrupção toda, não? E o método de investigação na série não é dos melhores. As pessoas, ao invés de juntarem pistas, questionam os investigados na lata, se envolvendo em situações dez vezes piores do que estavam antes por culpa própria. Tenso.

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Mas o maior crime de Gotham é tratar o espectador como idiota. A quantidade de diálogos expositivos é de deixar qualquer indivíduo com senso comum com vergonha. No terceiro episódio é de perder a conta o número de vezes que os personagens repetiam “Gotham é uma cidade corrupta” ou outras frases do tipo. Outra recorrência problemática: as cenas desnecessárias com Bruce Wayne. Tais sequências simplesmente em nada acrescentam à narrativa e a presença delas em todos os episódios mais do que cansa o espectador. Eu sei que o pirralho vai ser o Batman, mas não precisamos que ele apareça em todos os capítulos.

A regra de ouro em qualquer história sempre foi: mostre ao invés de falar. E o seriado de Gotham perde seu tempo explicando demais e fazendo de menos. Gotham me lembra uma novela brasileira. É algo bem produzido, mas muito simples, tudo muito na cara do espectador. É meio medíocre até o momento. Tem tudo para dar certo, mas por enquanto parece que tem audiência apenas pelo legado da franquia Batman do que por mérito próprio. Mas nem tudo é lamentação. O ponto alto da série até agora é Pinguim, retratado por Robin Lord Taylor. É um personagem que gera indagações sobre suas reais intenções e um dos poucos que prende o público no sofá.

Estamos no quarto episódio e, até agora, as relações dos personagens continuam muito superficiais. Claro, houve certo desenvolvimento durante os primeiros capítulos, mas as coisas estão parecendo muito estagnadas. Jim e Harvey Bullock continuam numa briga de gato e rato que ainda não mostrou progressão nenhuma. Bullock nos quadrinhos sempre foi meio “fora do sistema”, porém bem intencionado. Em Gotham eles meio que exageraram na dose de bandidagem que esse investigador possui. Por enquanto parece que os roteiristas não sabem muito para onde ir, eles possuem um bom orçamento, um bom elenco… Pelo visto só falta boas histórias. Espero que eles provem que a primeira impressão desses episódios iniciais da série não é a que fica.

Gotham era para ter 16 episódios e agora vai ter 22. Sim, 22 capítulos. É torcer para não encherem de fillers (os famosos episódios que não vão pra lugar nenhum) essa série que já está meio lenta. Mas se os fillers ocorrerem, nem o homem morcego seria capaz de salvar esse seriado do marasmo.

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