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Crítica – Batman: Arkham Origins Blackgate (3DS, 2013)

by on dezembro 12, 2013
 

Se você esta esperando um jogo “mundo aberto” nesse Batman: Arkham Origins Blackgate pode tirar o morcego da chuva ou vai ficar decepcionado.  As coisas aqui são bem mais lineares, mas nem tanto, seguindo mais o estilo “metroidvania”. Os jogos da série Arkham costumam ser extremamente superiores a qualquer outro jogo de super herói, mas será que Batman ainda mantém a qualidade no 3DS? Opa e no Vita também né? Só pra constar a versão avaliada é a do Nintendo 3DS, mas também pude dar olhadela rápida na versão do Vita, elas são virtualmente iguais, mas falarei das diferenças de ambas no final.

Há muito para se gostar nesse jogo, começando pelo visual. O Armature Studios fez um ótimo trabalho em capturar todo o lado sombrio de Gotham, com aquela arquitetura gótica e prisões em estados deploráveis. O gráfico é bem agradável para uma versão portátil. As cenas de transições da história são em desenhos em 2D, dando aquele climão de história em quadrinhos, com o complemento de dubladores de qualidades que dão vozes que combinam com cada personagem em cena. Sério, não aperte o botão para pular essas animações, vale a pena ver cada uma dessas sequências.  Sem contar que o framerate do jogo é constante, sem nenhuma variação de qualidade.

E qual é a história dessa vez? Esse jogo se passa depois de Batman: Arkham Origins do 360/PS3/PC e ocorre no final do segundo ano de atuação de Bruce Wayne como um vigilante encapuzado. Em uma noite patrulhando Gotham, Batman avista Mulher Gato roubando de prédio de alta tecnologia e decide persegui-la, eventualmente ele a captura e leva a gatuna para o presídio Blackgate. Duas semanas depois, Capitão Gordon (ele ainda não é Comissário nessa história) entre em contato com o Cavaleiro das Trevas para informa-lo que houve uma explosão em Blackgate, e que várias pessoas foram feitas de reféns pelos prisioneiros. A prisão é dividida em três grandes territórios, um dominado pelo Coringa, outro pelo Pinguim e o que resta pelo Máscara Negra. Cabe a Batman impedir um desastre maior e derrotar seus clássicos adversários nessa nova aventura.

O combate emula com sucesso as versões dos consoles de mesa, ou seja, o jogador pode facilmente atacar um adversário ou mesmo tempo que já prepara um contra ataque ao próximo. O sistema “freeflow” funciona bem no portátil, as batalhas lembram um pinball, onde Batman seria a bolinha, indo rapidamente de um capanga para o outro. O arsenal do bat cinto de utilidades é mais limitado nessa versão, contudo possui o suficiente para causar um estrago na bandidagem e dar uma variedade na jogabilidade. Opções de ataque variam de pular do alto em um adversário, distrair um alvo acertando um objeto com um Batrang, amarrar o inimigo, sentar a porrada com vários combos e muito mais.

As influências de Metroid e Castlevania são muito evidentes nesse jogo.  Você sempre estará tentando ir de uma sessão da prisão para a próxima, e no meio do caminho sempre haverá um chefe. Logo o jogador perceberá que há áreas escondidas cheias de segredos, que exigem que você utilize seus equipamentos com eficiência para explora-las por completo.  Às vezes você terá que voltar em áreas anteriores, o infame backtracking, mas graças aos novos armamentos que você vai adquirindo no decorrer do jogo logo é possível abrir novos atalhos, o que evita o tédio na exploração. Aqui fica uma dica, depois de derrotar Grundy, não há necessidade de verificar áreas já completadas.

Os chefes podem ser um pouco irritantes, contudo é só observar o padrão de ataque deles que fica tudo certo, acredito que só na luta com a Mulher Gato que você verá a tela de game over mais de uma vez. É interessante que há puzzles nesse game, nada de explodir a cabeça, entretanto adiciona alguma variedade ao jogo.

A maior falha do game  é que ele é extremamente fácil, e olha que não sou daqueles caras que jogam Dark Souls ou Ghosts ‘n Goblins. Não há muita variedade de inimigos, felizmente as coisas são bem mais interessantes nas lutas com os chefes, mas os combates com os capangas normais ficam um tanto repetitivos mais para o final do jogo. Outro problema dessa versão portátil de Batman é que ele é bem curto, em cinco horas você já terá terminado o jogo, e adicione apenas uma hora e meia caso decida ir atrás de todos os segredos. Ah, vale falar que o final do jogo muda dependendo de qual chefe você encara no final. É possível escolher a ordem das áreas que você irá explorar no jogo, então o final será diferente de acordo com a ordem que você escolheu, não é nenhuma mudança significativa, mas o item que você desbloqueia no final do game muda dependendo se você deixou o Coringa, o Máscara Negra ou o Pinguim para o final .

Sobre a diferença entre o 3DS e o Playstation Vita, é claro que é na área gráfica. A versão de Vita possui uma melhor resolução e aparência, e também é mais fácil investigar uma sala no Modo Detetive (Detective Mode) usando o dedo na tela de toque de Vita do que o analógico no 3DS. Mas é só isso, não há nenhum conteúdo extra em qualquer uma das versões.

Batman: Arkham Origins Blackgate é um jogo honesto, com bons gráficos, bom sistema de combate, inimigos comuns um tanto repetitivos, batalhas com chefes memoráveis e uma duração muito pequena. Se você é muito fã do detetive vale a pena mais essa viagem a Gotham City, mas recomendo comprar esse game com um preço reduzido, ou seja, cate em uma promoção ou usado.

Nota: 3/5

Trailer de Blackgate para 3DS/Vita

comentários
 
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  • Thiago K Santos
    janeiro 24, 2014 at 6:26 pm

    Joguei Batman Arkham no PC e achei muito bom. Agora, pelo que li nos comentários, esse parece ser fácil e curto demais. Então pra mim não valeria a compra.

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