Super-heróis tornaram-se um gênero do cinema, e 2013 não foi uma exceção. Segue a primeira parte dessa matéria, com o filme Homem de Ferro 3.
Resumindo o filme em uma palavra, decepção. Depois dos Vingadores e dos trailers, todos esperavam um filme foda, no mínimo no mesmo nível do primeiro – que é um dos melhores filmes de super-heróis já feitos.
Em Homem de Ferro 3, Tony Stark vê sua vida pessoal ruindo a sua frente por uma sequencia de eventos envolvendo ataques contra seus amigos e uma sequência de atentados terroristas acontecendo em várias partes dos Estados Unidos. Tony tenta reagir, mas sofre seguidas derrotas, e a cada passo seus recursos ficam mais escassos e todos os seus limites são testados. E tudo parece ter ligação com figuras de seu passado e da tecnologia extremis (também existe nos quadrinhos, mas não tem quase nada haver com a do filme).
O filme até tem momentos divertidos, contudo peca em vários pontos. Apesar de o trailer passar um clima sério, nada disso é visto, tendo até mais piadas que nos dois anteriores. As grandes falhas são do roteiro, que exagera em cenas erradas. São tantas que irei lista-las:
- Macgyver Stark.
- Patriota de ferro só serviu para ser capturado.
- Cena do resgate dos passageiros do avião (macacos voadores).
- O gênio Tony Stark não tem um sistema de defesa para sua mansão, só vendo o ataque que estava prestes a sofrer quando esse passou pela TV.
- Ajuda mirim (sempre é uma má ideia)
- Armaduras descartáveis, parecem até papelão
- Homem de ferro fez mais de quarenta armaduras, mas ficou usando uma de teste, que mal tinha recursos ofensivos.
- Pepper Potts vencendo o vilão com seus golpes ninjas recém-adquiridos foi terrível.
Outro fator importante, Robert Downey Jr. é perfeito para o papel de Homem de Ferro, não consigo enxergar outro ator o substituindo, chego até a ligar o sucesso da Marvel nos cinemas a atuação dele no primeiro filme (e a Marvel sabe disso, porque está pagando uma pequena fortuna para garanti-lo). Mas é exatamente nesse destaque que está o problema, Downey Jr. tornou-se maior que o personagem Homem de Ferro.
Não tenho a ilusão de achar que o personagem Homem de Ferro era conhecido do grande público antes do primeiro filme, sendo no máximo um personagem de segundo/terceiro escalão. Entretanto assistindo ao filme fica evidente que o roteiro foi escrito pensado em Roberty Downey Jr. e não no Homem de Ferro. Isso reflete no pouco tempo que Tony veste a armadura, e a mesma coisa que ir assistir um filme do Batman e ver somente Bruce Wayne.
Já sobre o vilão, até realizaram uma boa adaptação do Mandarim ( Ben Kingsley), condizente com o universo do filme, agindo como líder de uma facção terrorista – os dez anéis (coisa até citada no primeiro filme, mas abandonada totalmente nesse). Porém tudo não passava de um truque de Aldrich Killian (Guy Pearce), que é o real vilão orquestrando todos os planos do filme. No contexto da trama foi uma boa sacada, mas acredito que muitos queriam ver um Mandarim de verdade, e nem falo do clássico com anéis mágicos, mas sim um vilão estrategista, que planeja uma série de ações calculadas, visando minar e tornando-se uma real ameaça para o herói.
Só para acabar de esculachar, o filme não tem nenhuma ligação com outros do universo Marvel, perdendo a oportunidade de introduzir/expandir elementos que foram ou vão ainda aparecer. No final do filme ainda parece que quiseram fazer uma espécie de encerramento da trilogia, com Tony destruindo as suas armaduras e tirando o reator arc do peito, ambos sem nenhum propósito. Esse “final” ficou totalmente artificial, porque o personagem ainda vai aparecer muitas vezes, em os Vingadores 2 e outros filmes da Marvel. Bem, espero voltar a ver bons filmes do herói, mesmo o segundo que é muito criticado é ainda superior a esse, o ferroso merece dias melhores.