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Crítica literária – O Doador

by on abril 2, 2014
 

O Doador é o primeiro de uma trilogia de livros infanto-juvenis sobre uma sociedade distópica, escrita pela americana Lois Lowry. O livro conta a história de Jonas, um jovem que vive em um mundo futurístico, numa comunidade organizada, segura e dominada por regras rígidas. Essa sociedade eliminou a dor e a emoção de suas vidas, tornando todos iguais. Cada indivíduo tem sua função previamente determinada quando chegam aos 12 anos, após muito tempo de observação de suas habilidades e preferências, por parte dos anciãos. Todo o processo de determinação de papeis é sustentado através de pílulas que suprimem emoções, amor e, principalmente, sexualidade.

O protagonista de 12 anos é bem normal, não há nada de especial nele até que o garoto começa a ver algo diferente, algo que ninguém pode ver. Tão diferente que ele sequer consegue explicar, em um momento as coisas estão normais, e de repente, Jonas começa a ver a mudança. Essa mudança que só ele vê é chamada de “ver além”. Por esse motivo ele é escolhido como novo Recebedor, uma honra na sua comunidade.

O Recebedor é o único que possui as lembranças sobre a história do mundo antigo. Toda sua sociedade só conhece o presente e um passado recente, acontecido após a retirada das lembranças e o livre arbítrio dos cidadãos. A partir daí o garoto tem suas crenças e realidade despedaçadas, assim como sua infância roubada. Sem direito ao amor, individualidade e liberdade, Jonas resolve mudar o conceito de sua comunidade ao expor tudo que estava oculto até então.

O livro tem uma simplicidade com uma linguagem tão fácil que se lê em um piscar de olhos, entretanto tem uma história impressionante que faz pensar sobre a sociedade e até onde vai nossa liberdade. Essa obra é uma mistura de Admirável Mundo Novo (Aldoux Huxley), Genesis (Bernard Beckett) e de The Children of Men (P. D. James). É um livro muito bom, intrigante, mas acaba sem conclusão praticamente. Fazendo com que ler a continuação seja obrigatório. Se for fã de ficção, vale uma conferida. Espero que o filme que sairá ainda esse ano, em agosto para ser preciso, seja bom como a obra que o inspirou.

Nota: 4/5

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