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Review: Mario & Luigi: Dream Team ou “Na Minha Época Era Tudo Melhor”

by on outubro 2, 2013
 

Mario e Luigi estão de volta em mais uma aventura no seu 3DS! Esse é o quarto capítulo da dupla em uma jornada de RPG de ação que se iniciou no maravilhoso “Superstar Saga” do saudoso Game Boy Advanced (GBA). Mas esse novo jogo faz jus ao legado de bons, por incrível que pareça, jogos de RPG que a franquia Mario e Luigi representa? Hmm, vamos “começar pelo principio” (de onde mais seria?), onde costuma ser sempre um bom ponto de partida. Princesa Peach recebeu um convite para visitar a Ilha Pillow, um lugar paradisíaco, que já foi lar de uma raça de criaturas ancestrais, mas hoje é apenas um centro turístico que precisa atrair movimento. E o que melhor para atrair movimento do que a famosa Peach? Sem contar seus protetores, o bigodudo, famoso e corajoso Mario (bem essas são praticamente as únicas características do herói) e o medroso, narcoléptico, covarde, atrapalhado e criativo Luigi (em compensação o irmão mais novo tem personalidade de sobra e é mais divertido). Os três estão prontos para aproveitar, junto dos Toads e de Toadsworth, uma merecida férias quando sua excursão é atacada pelo vilanesco Antasma (um vilão bem chinfrim por sinal), a partir dai tudo vai de mal a pior. Apesar de conseguirem impedir o vilão em um primeiro momento, a dupla não tem descanso. Depois que eles descobrem um travesseiro ancestral, pois é, os irmãos tem de se aventurar no mundo dos sonhos,  e de lá princesa Peach é sequestrada (novidade hein?) e começa uma jornada de idas e vindas, com resgate da Peach, Peach sumindo novamente e Bowser aparecendo para apimentar a festa.

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Até o Luigi pega no sono de tanto que eu pago pau para os jogos anteriores.

A história não é nada de especial. Infelizmente o humor nesse capítulo não é muito caprichado, dependendo muito da comédia pastelão. A graça, que, calma, ainda existe, desse episódio é anos luz inferior a do capítulo anterior, Bowser’s Inside Story, que usava muito de ironia, mostrava o mundo pelo ponto de vista do Bowser e fazia piadas zuando situações corriqueiras na franquia Mario.  Se o jogo fosse inferior apenas nesse departamento, ainda ia, mas ele acaba roubando muitos elementos do terceiro episódio da série, como as batalhas gigantes, agora com um Luigi gigante ao invés de um Bowser gigante, a trilha sonora e o elenco de apoio, trazendo Broque Monsieur, Broque Madame, o irritante Starlow (que novamente fala no lugar nossos heróis, que não se expressam via texto, sendo há  outro personagem na história, o temperamental e engraçado príncipe Dreambert, que podia fazer essa função) e outros de volta.

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Um dos poucos Bros. Attacks que funfa usando o maledito acelerômetro e giroscópio

O que eles inovam é no mundo dos sonhos. Não, não estou dizendo que só em sonhos eles acertam, mas dessa vez parte da história se passa no mundo dos sonhos, onde Mario consegue acessar a partir dos sonhos (haja sonhos) de Luigi. Pois é. São mundos bem coloridos, com visual criativo e mecânicas divertidas que surgem a partir dos poderes que Luigi ganha nesse mundo. O irmão subestimado cria uma versão superior dele mesmo no mundo dos sonhos, o Dreamy Luigi, que consegue se multiplicar e com vários deles faz coisas incríveis, como tomar forma de bola, se empilhar para levar Mario a lugares mais altos, formar um ciclone e em momentos críticos, como já dito, virar um gigante.  A mecânica de combate toma outra forma no mundo dos sonhos, com Luigi se fundindo a Mario e turbinando os ataques dele. Além disso, Luigi consegue interagir com o mundo dos sonhos caso algo do mundo exterior ocorra com o corpo original dele, desse modo ele consegue fazer seus bigodes de ponte, mudar a temperatura do local, acelerar o tempo, etc. Como podem ver o jogo tem uma abundância de criatividade no mundo dos sonhos, que também pegam a estética de ser totalmente 2D das fases que eram dentro do Bowser no capítulo anterior, mas nesse caso ele pegaram uma ideia anterior e melhoraram, não apenas reaproveitaram.

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Peach deve ter um plano super compensador de milhagem para cada vez que ela é sequestrada. Um sequestro igual um passeio garantido, só pode. 

O gráfico do jogo é fantástico, um cel shading que parece animação feita a mão, é algo bonito que só vendo. Esse é um daqueles jogos que até merece ser jogado usando um pouco o recurso 3D do 3DS, só não abuse muito, pois o 3D cansa muito a vista, como de praxe, infelizmente.  As outras inovações do jogo também não acertam muito a mão, há vários comandos especiais que usam o acelerômetro e o giroscópio, sendo muito irritantes, não funcionam corretamente e dispensáveis na maior parte do tempo. O que é uma pena, pois os golpes especiais dos irmãos davam grande graça dos capítulos anteriores, nesse você nem precisa deles para terminar o jogo. Ah, mais uma reclamação, como se eu não estivesse esperneando o suficiente, o jogo poderia ter menos tutoriais, mesmo na metade da jornada quando um novo elemento é introduzido, o game segura sua mão e te trata que nem uma criança feita de vidro. É triste, assim o ritmo vai pro beleléu.

O trailer desse belo jogo

Então? O jogo é ruim mesmo? Bem, é claro, mais do que evidente que eu prefiro o Bowser’s Inside Story de longe, para mim ele e o primeiro são os melhores disparados da série Mario e Luigi, o segundo capítulo também não foi do meu agrado. Pelo visto só os impares que são mais inspirados. Todavia para quem nunca jogou nenhum Mario e Luigi antes, esse é um jogo com gráficos bonitos, bela trilha, apesar de reciclada, combate interessante e rápido, longevidade, quase 30 horas de aventura e algumas missões extras. Recomendo para quem quer um RPG para curtir em uma viagem. Não é uma Brastemp, mas quebra o galho.

Nota: 3 Luigis dos sonhos de 5 vilões pouco desenvolvidos (Tradução: 3 em 5)

Ps: Se você nunca jogou um Mario e Luigi, adicione um ponto a mais a nota.

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