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Fã games: quando o jogador se torna o desenvolvedor – parte 1

by on novembro 11, 2014
 

Todo jogador é também tem um pouco de crítico. Sempre que estamos na cômoda posição de jogar algo desenvolvido por um estúdio, questionamos algumas escolhas e certamente gostaríamos que certas coisas fossem de diferente, como jogabilidade, gráficos, personagens, história e etc. Poucos, porém decidem arregaçar as mangas e “fazer melhor” ou simplesmente fazer diferente. E logo surgem as primeiras dificuldades…

Primeiro, existe a imensa barreira de ter um bom conhecimento em programação, que além do conhecimento técnico, exige dedicação, perseverança e uma quantidade imensa de tempo disponível. Devido a isso, grande parcela dos projetos se arrasta por anos e acabam sendo abandonados. Todavia alguns facilitadores como RPG Maker e o M.U.G.E.N ajudaram na empreitada de criar contudo sem ter que criar tudo do zero.

O segundo problema, é a evidente infração de propriedade intelectual pertencente a terceiros, no uso indevido de marcas e personagens registrados. Grande parte dos fãs deseja criar seus jogos usando personagens que eles adoram em games já feitos, procurando desenvolver remakes, sequências ou mundos inspirados naquele universo estabelecido, que muitas vezes são esquecidas pelas empresas detentoras dos seus direitos. Porém, mesmo com esse intuito nobre, esses projetos sofrem ações judiciais que os obrigam a interromper o trabalho – são raros os casos que a empresa permite o prosseguimento do projeto.

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Sendo uma das principais empresas a moldar o mercado de jogos, a Nintendo estabeleceu uma série de franquias e personagens que marcaram a história dos vídeo games. Entretanto às vezes falta espaço para antigas franquias ganharem novos títulos, pois as aventuras do encanador bigodudo são apostas certas e campeões de venda. Assim órfãos desses jogos decidem eles mesmos fazerem suas próprias continuações/ remakes. Confira nessa primeira parte algumas delas:

Uma das franquias mais famosas da Nintendo é também uma das com maior número de projetos. Um recente e conhecido trabalho foi The Legend of Zelda: Majora’s Mask Project, os autores estavam recriando o jogo lançado para Nintendo 64. Mas segundo os desenvolvedores a ideia era motivar a Nintendo a realizar um remake oficial do título. E pelo jeito valeu a pena, pois na semana passada uma versão para 3DS foi anunciada.

Ainda em Zelda, Ocaria of Time não poderia ficar de fora. Dessa vez, os fãs resolveram fazer um demake, convertendo o clássico do Nintendo 64 ao estilo 2D, usando como base Zelda: Link to the Past de Snes. O projeto já passou por diversos autores ao longo de mais de dez anos, segundo os atuais desenvolvedores o projeto continua em processo de criação – confira o site deles aqui.

http://youtu.be/V2Yp43kZY30

Mas, sem dúvida, o jogo com maior número de projetos é o clássico The Legend of Zelda: Link’s Awakening. Há vários projetos sobre o título, um deles utilizou da arte de Minish Cap através do RPG Maker (vídeo), já outro está transformando em 2,5D a arte original do jogo de Gameboy (confira aqui).

Minish Cap de GBA não conquistou tantos fãs como outros jogos da série, mas o estilo artístico extremamente bonito desenvolvido pela Capcom serviu como base para o “novo” The Legend of Zelda: Echoes of Aurelia. O projeto ainda segue em processo de desenvolvimento, e pelos vídeos e imagens liberados parece ter alta qualidade desse título inédito. Acompanhe aqui o fã game.

Ao que tudo indica Star Fox deve voltar a dar as caras no Wii U. Todavia os fãs da franquia já esperam um novo e marcante jogo desde Star Fox 64 de 1997. Para preencher essa lacuna, os fãs criaram Star Fox: Shadows of Lylat – o projeto tinha a audaciosa proposta de entregar um jogo em HD, com uma quantidade massiva de inimigos, campanha coop e multiplayer. Depois de vários anos de desenvolvimento a equipe liberou uma versão para download, mas salientaram que o mesmo não estava completo e infelizmente não dariam continuidade ao projeto, porém deixaram o caminho livre para quem quisessem prosseguir na empreitada.

Foi a partir desse ponto que Chasen Lindsey, resolveu prosseguir com a ideia. Rebatizando de Star Fox: Event Horizon, o jogo continua sendo feito e o autor posta com regularidade novos vídeos em seu canal de You Tube. Acompanhe o projeto aqui.

Metroid II: Return of Samus foi um jogo limitado por sua época. Não me entenda mal, a Nintendo conseguiu fazer milagres com o hardware do Gamebay, mas infelizmente o jogo hoje em dia se tornou pouco atrativo. Foi então que fãs resolveram recriar essa segunda aventura da Samus usando Metroid Zero Mission de GBA como base. Apesar do projeto já estar em desenvolvimento há muito anos, os autores continuam atualizando o título. Resta agora aguardar – site oficial.

O mesmo grupo também desenvolveu outro projeto (já finalizado), batizado de Metroid: Confrontation. Na verdade o jogo parece ser o primeiro teste realizado pela equipe, porém é uma interessante experiência, com direito a uma trama própria, três chefes e alguns segredos.

Provavelmente a série mais esquecida pela Nintendo, Earthbound (Mother – título original em japonês), teve seu último jogo lançado em 2006 para GBA exclusivamente no Japão. Apesar disso, o título conquistou uma grande base de fãs, ganhando inclusive um status cult, e até hoje é lembrada… mas nada Big N ouvir os pedidos pelo retorno da franquia.

http://youtu.be/-fNbJIl_Mkg

Buscando atender essa massa, um grupo de fãs promete lançar até o final do ano Mother 4. Mantendo fiéis ao título original, o jogo parece capturar a essência da série, com visual, músicas e personagens do jogo original – causando calafrios aos mais entusiastas. Pelo site e vídeo, tudo leva a crer que é um projeto sério e grandioso. Caso tudo correr sem maiores problemas, tem potencial de ser um marco nos jogos feitos por fã. Confira aqui o site oficial.

 

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