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Robin Williams: 1951 – 2014

by on agosto 12, 2014
 

Aos 63 anos um gênio em sua arte nos deixou. Morte é algo comum em nossas vidas, faz parte do ciclo e tudo mais, mas essa doeu. O ator e comediante Robin McLaurim Williams, mais conhecido simplesmente como Robin Williams, suicidou ontem, 11/08/2014, deixando três filhos, Zachary, Zelda e Cody, uma esposa, Susan Schneider, e um legado artístico único.

O grande talento cômico de Williams envolvia em sua maior parte a improvisação, seguindo os passos de seu ídolo Jonathan Winters. Williams também provou ser muito eficaz como ator dramático e recebeu um Oscar por melhor ator coadjuvante em “Gênio Indomável” (1997).

Uma das cenas mais clássicas e emocionantes de “Gênio Indomável”

Esse ano tem sido difícil na arte. Grandes figuras tem nos deixado, a morte de Philip Seymour Hoffman no começo desse ano também foi brava. Bem, vão-se os homens, entretanto a arte deles é imortal. Fica uma pergunta cruel, se um ícone da felicidade como Robin Williams morre de tristeza, que chance nós temos? Acho que toda, pois é importante ser feliz devido ao que ele deixou ao mundo, que foi muita energia positiva, apesar dos pesares. Mesmo ele tendo partido, a alegria que ele deixou não pode, e nunca será, apagada.

Não é culpa de Robin o que aconteceu. Ele lutava contra a depressão fazia muitos anos. Depressão é uma coisa terrível. As pessoas tem que levar isso mais a sério. Não é frescura, é uma doença. Câncer mata. Ataques cardíacos matam. Depressão mata. Todas são doenças que devem ser levadas a sério e aqueles afetados por elas e outras devem ser tratadas com respeito e sem preconceito. Podemos ver nesse momento de tristeza que é importante nos amarmos antes de tudo. Até para podermos ajudar o próximo. Espero que a família de Robin Williams fique bem.

 Uma mulher nunca criaria uma bomba nuclear. Elas nunca fariam uma arma que mata, não, não. Elas fariam uma arma que faz com que você se sinta mal por um tempo.  – Robin Williams

É curioso como a morte de alguém famoso nos afeta, não? É quase como se alguém próximo tivesse partido. Por que a morte de alguém que nem conhecemos atinge tão diretamente? Acredito que mesmo sem conhecer pessoalmente, pessoas como Williams sempre estiveram presentes em nossas vidas devido ao seu trabalho. Acaba que ficamos conhecendo um pouco dele a partir das obras que participou. Ao perder uma figura que gostamos, perdermos uma parte do que ajudou a nos formar, de um modelo que teve um grande impacto em um ou mais momentos de nossas vidas. A morte de uma celebridade que nos importamos, nos lembra que somos todos mortais e que temos de aproveitar o máximo de nossa vida enquanto podemos.

“É um sentimento maravilhoso quando seu pai deixa de ser um deus e passa a ser um homem para você – quando ele desce da montanha e você vê que ele é um homem com fraquezas. E você o ama por completo, e não apenas a imagem que tinha dele.” – Robin Williams

Putz, Robin Williams, esse vai deixar saudades. “Jumanji”, “Hook: A Volta do Capitão Gancho”, “Aladdin”, “Gênio Indomável”, “Sociedade dos Poetas Mortos”, “Morra, Smoochy, Morra”, “Retratos de uma Obsessão”, “Jack”, “Bom Dia Vietnã”, “Uma Babá Quase Perfeita”, “Patch Adams – O Amor é Contagioso”… São muitos filmes bons e que marcaram, que merecem ser revistos e que com certeza continuarão a encantar novas gerações mesmo depois dessa cara bacana ter ido dessa para melhor.

Se você não viu os filmes dele, o que diabos você está fazendo?

“Nunca provoque uma briga com uma pessoa feia. Elas não tem nada a perder.” – Robin Williams

Atualmente ele fez o filme “O Que Fazer?” (“The Angriest Man in Brooklyn”) que é sobre um homem que contempla sua vida ao saber que vai morrer.  Sim, um tanto mórbido devido à morte recente do ator, mas aparentemente é um ótimo filme com um bocado de humor negro e uma mensagem positiva no final. Com certeza merece uma olhada. Outro bom trabalho recente de Willians é sua participação no seriado de Louis CK, a série “Louie”, aonde na terceira temporada, sexto episódio (Barney/Never), Louis CK e Robin vão a um enterro de um cara que eles não gostam, mas que fazem questão de honrar sua partida. Sim, mais um trabalho sobre morte, mas novamente tratado com humor, algo que só alguém com o talento e a sensibilidade de Robin Williams poderia fazer.

O ator também estava em um seriado que começou em 2013, “The Crazy Ones”, em que ele era um redator de uma agência de publicidade. O seriado “The Crazy Ones” marca seu retorno para as séries de TV depois de 31 anos.  Ainda esse ano sairá “Uma Noite no Museu 3” onde ele revive o papel do presidente americano Teddy Roosvelt. O comediante ainda vai dar as caras em “Merry Friggin’ Christmas”, comédia família sem nome nacional por enquanto.

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As várias faces desse ídolo

Tem coisas que só esse cara podia fazer. Robin Williams e Christopher Reeve eram amigos de longa data. E Reeve, o Super Homem clássico, sofreu aquele terrível acidente que lhe deixou paralítico. Um dia no hospital, contemplando o suicídio ou encarar uma cirurgia com 50% de chance de sobrevivência, Christopher Reeve foi interrompido por Robin Williams disfarçado de médico com um sotaque russo dizendo que tinha que fazer um exame retal em Reeve imediatamente.  Nas palavras de Christopher Reeve: “Pela primeira vez desde o acidente, eu ri. Meu velho amigo me ajudou e de algum modo eu sabia que tudo ficaria bem.”. Podem dizer o que for de Williams, mas ajudar alguém que esteve em um acidente terrível e fazê-lo rir é algo realmente impressionante.

“Eu costumava pensar que a pior coisa na vida era acabar sozinho, e não é. A pior coisa na vida é ficar com pessoas que te fazem se sentir sozinho.” – Robin Williams

O sujeito, como já dito AQUI, era um nerdão dos bons e adorava jogos. É de conhecimento geral que o nome de sua filha é Zelda devido à franquia “The Legend of Zelda” da Nintendo. Confira algumas das propagandas que ator fez, junto com sua adorável filha, para as aventuras de Link e Zelda.

E confiram um famoso diálogo de Williams com um fã que as pessoas sempre postam nos grupos de games do reddit:

Fã: Ei Robin, você ainda joga games online?

Robin: Oh, até demais!

Fã: E o que você tem jogado atualmente?

Robin: Battlefield 2 – o 2 nesse caso é para “até as duas da matina”.

Fã: Sério? E qual é a sua classe?

Robin: Ah, o sniper. Eu sempre sou o sniper.

Fã: Bem, eu vou procurar você então.

Robin: Você pode até tentar – mas na hora que você me ver, bang, tu estará morto!

A Disney queria Robin Willians para ser a voz do Gênio em Aladdin de qualquer jeito. Para convencer o ator de aceitar o papel, eles usaram algumas de suas apresentações de stand up como base para algumas animações do Gênio e mostraram para Williams esse trabalho antes mesmo dele aceitar o papel. Robin ficou tão impressionado que assinou imediatamente. Ele fez essa dublagem por 75 mil doletas, o que não era tanto para a fama dele na época. Ele aceitou o trabalho desde que seu nome e imagem não fossem usados no marketing, e o Gênio não deveria aparecer em mais do que 25% do material de divulgação do filme. A Disney quebrou todos esses acordos para garantir o sucesso financeiro do filme. Que fez mais de 200 milhões só nos Estados Unidos. Para compensar a mancada, a Walt Disney Studios depois deu para o ator um quadro do Picasso para agradecer pelo grande trabalho que ele fez, que ele não aceitou no final das contas.

No filme “O Melhor Pai do Mundo”, Robin Williams a princípio iria fazer um papel pequeno como favor ao diretor Bobcat Goldthwait, do qual era amigo próximo por terem sido parceiros de stand-up. Porém, ele ficou tão impressionado com o roteiro que pediu para fazer o papel principal. E nas gravações de  “Quem é Morto Sempre Aparece”, em uma locação em Winnipeg havia um playground atrás do set onde Robin Williams ia divertir as crianças, contando piadas e autografando tudo, desde DVDs até sapatos.

Sabe, o problema é que Deus deu aos homens um cérebro e um pênis, e apenas uma quantidade de sangue suficiente para utilizar um de cada vez. – Robin Williams

Robin Williams ligava pra Steven Spielberg a cada duas semanas para animar o cineasta com várias piadas durante o processo de filmagem do sério e triste filme “A Lista de Schindler”. Depois de um tempo, Steven Spielberg passou a colocar Robin Williams no alto falante com suas piadas para também animar o elenco e a equipe da produção.

Bem, esse post é apenas uma tentativa de homenagear esse grande homem. Obrigado a Dory pela colaboração para realizar essa matéria.

Adeus Gênio

Adeus Peter Pan

Adeus Homem Bicentenário

Adeus Batty Koda

Adeus Armand

Adeus Keating

Adeus Maguire

Adeus Senhora Euphegenia Doubtfire

Adeus Patch Adams

Para Mork de Ork dizemos “nanu nanu”

Adeus para as brilhantes imitações

Mas não daremos adeus a seu legado

Apesar de nunca sabermos quantas vidas você tocou

Podemos dizer

Adeus Senhor Williams

Sentiremos muito sua falta

Descanse em paz Robbin Williams

Obrigado pelas risadas

“Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.

O médico diz: ‘O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.’

O homem se desfaz em lágrimas. E diz: ‘Mas, doutor… Eu sou o Pagliacci.’

Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. Desce o pano.” – Rorschach, Watchmen (Alan Moore)

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