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Walking Dead – Quarta temporada: Mais erros do que acertos

by on dezembro 12, 2013
 

A quarta temporada de Walking Dead chegou a sua metade, tendo seu último episódio de 2013 transmitido em primeiro de dezembro. E no ponto em que parou os episódios restantes prometem ser movimentados e com importantes mudanças. Só espero que sejam  melhores que essa metade inicial. O texto está cheio de spoilers! Então só leia caso já tenha assistido todos os capítulos da quarta temporada até agora.

Como já havia postado sobre o primeiro episódio (veja aqui), essa quarta temporada teve que lidar com o final decepcionante da terceira (com aquela “pegadinha do malandro” da invasão da prisão) e isso prejudicou bastante o seu desenvolvimento. Fica a impressão que quiseram estender a saga da prisão a todo custo, mas sem realmente saber o que iriam fazer posteriormente.

Tanto que a trama dos cinco primeiros episódios gira em torno de uma epidemia de uma forte doença respiratória que afeta grande parcela do grupo da prisão, levando a morte a maioria da população de Woodbury que havia se abrigado lá. Isso já configura a falta de planejamento em ter colocado todos eles na prisão, para logo em seguida livrar-se deles.

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Na realidade, toda essa parte da doença e os fatos que ela gerou, proporcionou poucos momentos interessantes e se estendeu demasiadamente. Comprando com as HQs, o ciclo da prisão foi bem diferente, na série o trama teve vários acontecimentos extras dispensáveis, passando a sensação de pura enrolação. Na história em quadrinhos, essa fase foca principalmente em demonstrar o desgaste do relacionamento entre os personagens, sendo isso o maior problema no mundo infestado por zumbis, ou seja, o comportamento humano em situações extremas. Mas seria inocência acreditar que algo assim iria atender ao grande público, que espera por ataques zumbis e ação a todo momento.

Os melhores momentos ficam com a reaparição do Governador, e tudo que aconteceu com o personagem após a terceira temporada. No seriado exploraram um lado mais humano dele, deixando a figura de vilão de uma única face de lado – o que ficou bom, ainda mais a parte de seu encontro e relacionamento com um novo grupo. E logo após se seguiu a real e esperada invasão na prisão – que apesar de ter sido relativamente rápida, foi bem executada, tendo a  morte de Hershel como o ponto mais impactante.

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Outro bom momento foi à cena de diálogo entre Rick e o Governador no momento anterior a invasão. Desde a sua aparição, Hershel sempre representou a fé e a moral que ainda poderiam existir naquele mundo, enquanto Rick mantinha uma visão mais realista e sem esperança, posições que ficaram ainda mais evidentes com a morte de Lori. Durante a cena, Rick tenta argumentar com o Governador, alinhando o seu pensamento aos de Hershel, que são refutados pelo Governador, inciando assim o conflito.

Com o final da sago, o seriado agora tem tudo para voltar a manter um bom nível, tendo ótimas possibilidades para explorar, como os grupos que se fragmentaram durante a fuga e o como os mesmos irão se comportar e que caminhos irão seguir. Inclusive esse pode ser o ponto de partida para o seriado derivado que está nos planos da AMC.

Resumindo, a série pagou nessa quarta temporada um alto preço pelo erro de não ter terminado a saga da prisão na anterior, o que os obrigou a enrolar a trama com excessos, que só serviram para adiar um fato que já deveria ter acontecido.

 A série de TV tem a proposta de seguir de forma geral os acontecimentos ocorridos nas HQs, permitindo liberdades nos caminhos seguidos, como por exemplo: personagens diferentes, alguns fatos novos e etc. De modo geral até acho um bom seriado, válido tanto para quem acompanhou as HQs, quanto para os fãs do gênero zumbis. No geral a versão original, em quadrinhos é superior em praticamente tudo.

Walking Dead retorna com os episódios restantes da quarta temporada em fevereiro de 2014

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