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Crítica – Conception II: Children of the Seven Stars (3DS/PS Vita)

by on abril 24, 2014
 

Faça bebês de um jeito estranho e salve o mundo dos Dusk Circles. Eu acho.

Não dá para negar que a ideia de “Conception II: Children of the Seven Stars” é de um jogo um tanto bobo. E um tanto estranho também. Esse game é uma mistura inusitada, sendo um JRPG que se passa em calabouços, os famosos dungeons crawlers, e um jogo de namoro, os anormais dating sim. Ao mesmo tempo. Abraçando a doideira dessa ideia, esse game acaba tendo seu charme peculiar e é bem focado na cultura otaku, os fãs hardcore de animes. Sem contar que os diálogos são vergonha alheia total com vários “trocadalhos” sexuais. Eu tenho certeza que assim que adquiri esse jogo meu nome parou em alguma lista governamental de um ou mais países devido a aparência menor de idade das pretendentes do protagonista. Devia pensar melhor nas minhas escolhas na vida. Nah.

Seu personagem nesse game é o pica das galáxias. A missão do sujeito é treinar jovens garotas para lutar contra os monstros desse mundo. Rapidamente o cara ganha o apelido de “God´s Gift”, ou “sejis”, “Presente de Deus”. Nada mal, nada mal. Todo mundo elogia o protagonista. As garotas querem dar uns amassos nele, os caras querem ser ele… E para completar, o jogo toda hora te incentiva a criar “laços” com as moças do game para então gerar “Star Children”. Tipo, o jogo foca bastante que não é bem sexo que ocorre na concepção de uma criança da estrela nesse mundo maluco. Contudo, isso não impede a produtora Spike Chunsoft de tratar o ato como tal. Com direito a suas crias te chamarem de papai e tudo mais. Ok então.

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Classmating? Na minha terra isso tem outro nome…

Melhorar sua relação com um grupo seleto de garotas melhora a qualidade e potencial das crianças, dando mais acesso a mais classes de personagens. Isso é errado em tantos níveis e é tratado de um modo tão casual que chega a ser hilário. E os problemas das garotas desse game são tão superficiais que é difícil não rir. Por exemplo, você tem que convencer uma das garotas que ela é perfeita do jeito que é, com peito pequeno e tudo, algo que ela acha imperdoável. Ok então. Viva a baixa estima e poligamia!? Hurray!? A cultura otaku nunca muda pelo visto.

Conception II tem sucesso em seu sistema peculiar. As crianças são usadas em combate, mas não apenas isso. As mesmas podem ser usadas para aprimorar as lojas do game. Mais pra frente você habilita uma creche onde é possível deixar as crianças que tu não utiliza nos dungeons. O jogo possibilita até novos meios de gerar crianças das estrelas, inclusive concepção a três. Japão nunca mude.

Abertura desse jogo maluco e mais anime do que qualquer coisa. Seja lá o que isso signifique.

A arte é bem fofinha e tal, o que para quem nunca viu anime na vida pode assustar de vez. Aliás, quem não curte anime corra para as colinas ou mais longe ainda, esse jogo não é para você. A dublagem é bem canastrona e meio ruinzinha, o que estranhamente combina com o clima de Conception II. O lado dating sim desse game é algo que quer se mostrar como inocente, mas não se engane, é superficial e bizarro, podendo ofender algumas pessoas. Contudo se você levar mais para o lado de comédia involuntário, até que funfa.

O aspecto de exploração de calabouços é beeeeem repetitivo. Você vai da porta A para a porta B num ambiente de baixas texturas. Às vezes, um tesouro aparece. E os inimigos não tem muito variedade e se repetem durante todo o dungeon. O que salva mesmo o game é o sistema exótico de bebês, quem diria, e os combates, que são bem fodões.

Assim que você entra em um combate a parada fica boa e quebra a monotonia de vez.  O sistema de combate de Conception II é uma puta diversão e seus diversos sistemas o separam dos outros games de RPG.  Para começar, posicionamento importa. Seus personagens podem ocupar um dos quatro espaços diferentes em volta do adversário e cada inimigo tem um ponto fraco que é ligado a certo ângulo de ataque. Quando aparecer uma seta vermelha, ao invés da tradicional azul, pode saber que seu dano será consideravelmente maior no adversário.

Outra coisa bacanuda das batalhas é que, apesar dos combates serem em turnos, os turnos não são a mesma coisa para todo sempre, eles podem mudar de ordem dependendo de suas ações. Por exemplo, ir para trás de um oponente irá te beneficiar em alguns casos com a oportunidade de um ataque mais poderoso, em compensação tu vai parar o final da ordem de ação por conta disso. A ordem de turno também é influenciada pela barra de “Ether Density”, que enche quando você detona monstros ou utilizar certas habilidades. A “Ether Density” pode aumentar significantemente sua velocidade ou te dar mais força contra inimigos poderosos. E não se esqueça de que cada ataque que você realiza enche um pouco a sua barra de “Chain Drive”. Uma barra diferente que quanto mais você a enche mais reduz a velocidade dos inimigos até eles ficarem “acorrentados”. Permitindo assim realizar ataques extras e ganhar grana e experiência a mais dessa oportunidade.  Lembrando que o modo mais rápido de encher essa tal barra é atacando das zonas de perigo, onde o inimigo te dá mais dano.

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O protagonista, sua parceira atual e os inúmeros “filhos” do principal. Isso é uma tela típica do combate de Conception 2.

Sem contar que o tradicional sistema de fraquezas elementais, os ataques cinematográficos e fodástico “Seventh Burst”, e uma habilidade bizarra de fundir suas Star Children num poderoso “mini robô”. Resumindo, tem mil jeitos de experimentar o combate nesse game, então é provável que algum te agrade pelo menos.

O lado chato desses sistemas diferentes é quantidade absurda de tutoriais que esse game tem. Logo de cara tu vai ser bombardeado com diversos guias de como jogar. São textos longos e chatos que tornam as primeiras horas de jogo um tanto tediosas. Eles poderiam ter feitos tutoriais mais espaçados e mais interativos, mas se tu aguentar esse primeiro impacto será recompensado com um sistema de combate intrigante e diferente.

Apesar dos pesares, o que fará você encarar ou não Conception 2 são as garotas. Você terá que ter um namorico com as jovens do game, como a tímida Nariko ou a mais velha, apesar de parecer mega jovem, Serina. Todas as mulheres do game são estereótipos dos desenhos japoneses, com várias piadas bestas sobre peitos e colegiais. É o clichê oriental do “sexy sem querer” ao extremo.  Tem seus momentos engraçados mas não espere nada profundo. E, sim, é um pouco sexista.

Esse JRPG podia ter personagens femininos mais complexos, todavia a proposta é criar um cenário tão fora da realidade que não é tão ofensivo. A parte de “fazer bebês” é bem divertida, pois é, e vai acabar sendo onde a maior parte das pessoas que forem malucas de jogar esse game vão passar seu tempo. Depois de algumas horas você terá o bebê perfeito e assim que pensar/escrever isso perceberá como esse conceito é errado em qualquer outro contexto.

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Mesmo pegando a irmã do amigo só para procriar, o protagonista Wake Archus, ou o nome que tu preferir, ainda mantém tudo num clima agradável. Ok então. 

É um game com muito conteúdo, com uma exploração repetitiva, mas com um combate e sistema de personalização que seguram o baque. A trilha sonora também é bem foda. A versão de Vita tem o melhor gráfico, mas a qualidade gráfica do 3DS, onde joguei, não fica muito atrás, até porque o game não possui nenhum visual incrível, se valendo muito de imagens estáticas, polígonos simples e nada que sobrecarregue os portáteis.  Gostaria que tivessem aproveitado mais os recursos do 3DS, ter o mapa na tela de baixo ajudaria bem, entretanto dá para sobreviver sem. É um game que depende de quanto você fica desconfortável com a abordagem japonesa com o conceito de harém, gênero de anime/mangá/game  que apresenta um personagem masculino ou feminino, que vive rodeado por várias personagens do sexo oposto.  Não pense muito nisso que dá para se divertir com o absurdo da situação.  Vale a pena para quem gosta ou já curtiu animes catar essa aventura maluca, ainda mais se for num preço reduzido.

Nota: 3/5

E se der confira nossas críticas de One Piece: Romance Dawn, Shin Megami Tensei: Devil Survivor OverclockedPhoenix Wright: Ace Attorney – Dual Destinies e outros jogos de 3DS/2DS clicando nos  links que estão em destaque nessa sentença. Obrigado e até a próxima!

Trailer desse game inusitado

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